Anti-parasitários


Os anti-parasitários são fármacos utilizados para o combate aos parasitas que se aproveitam dos nossos animais. Este grupo de fármacos pode ser utilizado internamente para o combate aos parasitas internos (endoparasitas) que se alojam no intestino, ou externamente para o combate aos parasitas externos (ectoparasitas) como pulgas e carraças.



Anti-parasitários internos:

Este tipo de anti-parasitários podem ser administrados através das vias parenterais (via intramuscular e via subcutânea), sendo mais indicadas quando os parasitas já se encontram instalados nos animais, ou por via oral, sendo esta a forma mais indicada para a prevenção da instalação dos parasitas. Esta via é indicada para equinos, animais de companhia, aves, coelhos e suínos. Pode ainda ser utilizada para bovinos, contudo acarreta a dificuldade da sua aplicação, sobretudo quando existe uma grande quantidade de animais a tratar.




Para a administração deste tipo de anti-parasitários é necessário ter sempre em atenção a espécie e raça do animal, a idade (maturidade dos sistemas enzimáticos do hospedeiro), a carga parasitária (animais altamente infectados merecem especial atenção), o peso e estado fisiopatológico do animal (fêmeas grávidas não devem ser medicadas devido à possibilidade da droga interferir com o perfeito desenvolvimento dos filhotes).


Fármacos contra Nemátodes:
  
1)      Benzimidazóis: Interferem na produção de energia com consequente paralisia muscular e morte do parasita, a maioria inibe a enzima fumarato-redutase. Apresentam uma absorção mínima, sendo por isso fármacos com baixíssima toxicidade.
a)     Tiazólicos (tiabendazol, cambendazol): são mais hidrossolúveis, sendo portanto mais facilmente dissolvidos nos fluidos gastrintestinais e atingindo concentrações plasmáticas máximas mais rapidamente;
b)     Metilcarbamatos (Parbendazol, mebendazol, flubendazol, albendazol, fembendazol e oxfendazol): o Mebendazol e flubendazol atuam inibindo a tubulina, prejudicando a função microtubular na célula (que, entre outros efeitos, inibe o transporte de glicose);
c)     Halogenados (triclambendazol);
d)     Pró- benzimidazóis (febantel, tiofanato, netobimin): são compostos inativos que atuam através da conversão enzimática em benzimidazól- etil ou metilcarbamatos activos. O febantel e o netobimin são derivados guanidínicos que se convertem em fembendazol e albendazol, respectivemente. O tiofanato é ativado ao ser metabolizado no animal em um derivado etil conhecido como lobendazol. Estas drogas possuem uma solubilidade maior, o que permite uma maior flexibilidade de formulação e administração, resultando em vantagens práticas importantes em relação aos benzimidazóis que são insolúveis em água.
2)      Imidatiazóis (Tetramizol / Levamizol): Causam paralisia neuromuscular por bloqueio da fumarato- redutase e inibição das colinesterases. O tetramisol é uma mistura racémica dos isómeros levógiro e dextrógiro, ao passo que o levamisol é constituído apenas pelo levógiro. Como o isómero dextrógiro é tóxico e destituído de acção terapêutica, a escolha tem recaído sempre sobre o levamisol. Ambas as drogas podem ser administradas pelas vias oral, subcutânea ou transcutânea, sendo a absorção equivalente em todas elas. As duas drogas não sofrem qualquer tipo de metabolismo, sendo eliminadas íntegras pela urina, fezes e leite;
3)    Tetraidropirimidas (Pirantel): Possui acção nicotínica na junção neuromuscular levando à uma paralisia espástica, ou seja, provoca um bloqueio neuromuscular despolarizante causando relaxamento da musculatura e desprendimento do parasito. A via de administração é a oral e a sua excreção é feita em grande parte de forma inalterada nas fezes, com exceção dos cães, que o fazem na urina;
4)   Avermectinas: Actuam determinando o aumento na libertação de GABA, causando dificuldade de transmissão do impulso nervoso e consequente paralisia do parasita. Têm efeito positivo contra a maioria dos nematodes e miíases;
5)     Compostos heterocíclicos (piperazina): Droga de uso restrito na actualidade. Apresenta um espectro anti-parasitário reduzido, pois apresentando boa eficiência apenas contra ascarídeos.

Fármacos contra Céstodes:

1)    Niclosamida: Inibição da captação de glicose e bloqueio do ciclo de krebs do parasita;

2)   Praziquantel: O mecanismo de acção é desconhecido, embora suspeita-se que o mesmo se relacione à transmissão do impulso nervoso pelo parasita. Actua contra todas as ténias;

3)    Nitroscanato: Mecanismo desconhecido que actua contra ténias e nematodes;

4)  Benzimidazóis: Actuam de maneira irregular, contra determinadas ténias. Tendo melhor actividade o mebendazol, fenbendazol, albendazol e cambendazol.

Fármacos contra Tremátodes:

1)    Nitroxinil: actua exclusivamente contra formas adultas de fasciola hepática;

2)    Rafoxanida: actua sobre todas as fases de desenvolvimento do parasita.

Anti-parasitários externos:
Este tipo de anti-parasitários está indicado para administração cutânea. Após administração tópica, o medicamento distribui-se rapidamente sobre a superficie do corpo do animal, propocionando uma activiade repelente (impede a fixação/picada e consequente alimentação) contra carraças, mosquitos e flebétomos, prevenindo portanto a ingestao de sangue pelos parasitas repelidos e reduzindo assim o risco de doenças de transmição vectorial.
Actualmente no mercado existe uma vasta gama de produtos e marcas que se apresentam sob a forma de pós, pipetas (que apresentam  uma pequena quantidade de líquido no seu interior) e ainda sob a forma de coleiras. 
da composição deste tipo de emdicamentos fazem parte:
1) Imidaclopride: é um ectoparasiticida pertence ao grupo dos compostos cloronicotinilos. Quimicamente pode ser classificado como uma nitroguanidina cloronocotinilo. É eficaz contra a pulga adulta e seus estadios larvares. Os estadios larvares das pulgas existentes no ambiente são mortos após contacto com um animal tratado. O imidaclopride possui uma elevada afinidade para os receptores nicotinérgicos da acetilcolina da região pós-sináptica do sistema nervoso central (SNC) do insecto. A subsequente inibição da transmissão colinérgica nos insectos, resulta em paralisia e morte do parasita.
2) Permetrina: pertence à classe dos insecticidas e acaricidas piretróides do tipo I, actuando também como repelente. Os piretróides interagem com os canais de sódio voltagem-dependentes dos vertebrados e dos invertebrados. Os piretróides são igualmente designados por “bloqueadores dos canais abertos”, interferindo com os canais de sódio ao retardarem as suas propriedades quer de activação quer de inactivação. Isto conduz à hiperexcitabilidade e morte do parasita.
















Bibliografia:

FARMACOLOGIA DOS PRINCIPAIS antiparasitarios, [Internet]. Consultado em: 03-10-2012. Disponível em:http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAES8AI/farmacologia-dos-principais-antiparasitarios

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